Chegou um momento em que meu portfólio em Next.js já não fazia tanto sentido. O site funcionava, mas eu sentia que carregava mais complexidade do que precisava: APIs que não usava, configurações que só atrapalhavam e um peso que não se justificava para um site estático. Foi aí que decidi migrar para o Astro — mas não como uma simples troca de framework, e sim como um exercício de engenharia com apoio de IA.
Por que Astro no lugar de Next.js?
A primeira razão foi performance. O Astro entrega páginas em HTML puro por padrão e só adiciona JavaScript quando necessário. Isso, na prática, significa sites mais rápidos e com menos fricção em SEO.
O segundo ponto foi a simplicidade. Para um portfólio e um blog técnico, eu não precisava de toda a engrenagem do Next.js. Queria algo mais direto, fácil de manter e que não me prendesse em camadas que não agregavam valor.
E, claro, a flexibilidade: o Astro permite reaproveitar componentes React sem dor de cabeça. Isso me deu liberdade para portar o que fazia sentido e repensar o resto.
Como organizei a migração para o Astro framework
Antes de abrir o editor e sair migrando código, decidi estruturar meu processo.
Aqui entra a IA: usei o Cursor, um editor com copiloto integrado, para manter contexto dos dois projetos (o antigo em Next.js e o novo em Astro) lado a lado.
Preparei uma documentação interna com:
- um style guide simples,
- prompts padronizados,
- e um espaço para registrar decisões arquiteturais.
A ideia era clara: não depender do histórico de chat, mas fazer a IA trabalhar dentro do projeto. Pedi para que ela sempre pensasse “step by step”, justificasse as decisões e me perguntasse antes de seguir em frente. Esse detalhe fez diferença: em vez de eu só acatar, virei parte ativa do processo.
Os desafios no caminho
Nem tudo foi “copiar e colar”. Cada decisão exigiu repensar a arquitetura:
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Interatividade: no Next.js, muita coisa dependia de contexto React. No Astro, precisei separar o que era realmente interativo e transformar em ilhas. Foi uma boa oportunidade de simplificar e enxugar dependências.
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Estado global: percebi que manter
Context API
para um portfólio era exagero. Troquei por Nanostores, que são mais leves e diretos. Resultado: código mais legível e sem wrappers desnecessários. -
Conteúdo: um dos pontos mais legais foi configurar as content collections do Astro. Agora meus artigos estão organizados com schema validando campos obrigatórios. Ganhei consistência e uma base sólida para evoluir o blog no futuro.
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SEO e i18n: aproveitei para revisar meta tags, títulos dinâmicos e já deixei pronto para ter uma versão em inglês, sem duplicar trabalho.
O papel da IA
O Cursor não fez a migração sozinho, mas atuou como uma espécie par em pair programming comigo.
Ele sugeriu alternativas de arquitetura, ajudou a refatorar componentes e acelerou pequenos ajustes.
Claro, nem sempre acertou, teve vezes que exagerou ou trouxe soluções fora do contexto. Mas, com as regras bem definidas e documentação dentro do repo, ele se tornou um parceiro útil, não uma muleta.
Resultados iniciais
Ainda não coletei métricas formais, mas a sensação é clara:
- O build roda muito mais rápido
- O site está mais leve
- E agora tenho um sistema de artigos pronto para crescer
Esses ganhos já tornam a migração válida, mesmo antes dos números oficiais.
Lições aprendidas
- Documentar antes de codar poupa tempo, tanto para humanos quanto para IA.
- Migrar não é só portar código: é avaliar se a arquitetura faz sentido hoje.
- Astro brilha quando a prioridade é conteúdo e performance.
- IA acelera, mas as decisões continuam sendo do desenvolvedor.
Lições aprendidas
- Documentar antes de codar ajuda tanto humanos quanto AI
- Migrar não é só portar código: é avaliar se a arquitetura continua fazendo sentido
- IA acelera, mas critério técnico e experiência continuam indispensáveis
O que eu levei dessa experiência migrando de Next.js para Astro
Essa migração não foi o maior desafio da minha carreira, mas foi uma ótima chance de alinhar meu portfólio ao que eu realmente precisava: um site leve, fácil de manter e pronto para evoluir.
E, principalmente, foi um exercício prático de como usar IA de forma consciente no processo de desenvolvimento.
🚀 Agora meu portfólio não só reflete meus projetos, mas também a forma como gosto de trabalhar.
E você? Já passou por alguma migração de framework? O que mais pesou na sua decisão?